Fase inicial do projeto colocou dois carros elétricos nas ruas, enquanto a segunda, prevista para outubro, trará outros oito.
Pela primeira vez na história, veículos movidos a eletricidade passaram a circular pelas ruas de uma capital brasileira. É que no último dia 11 de junho teve início a primeira fase do Projeto Piloto de Táxis Elétricos, que conta com a inserção de dois automóveis Nissan Leaf, fornecidos pela Renault-Nissan, na frota de táxis da capital paulista. A segunda fase está prevista para outubro, com a entrega de mais oito táxis que também farão parte da frota do município.
A iniciativa é uma parceria entre a Prefeitura Municipal de São Paulo, a Aliança Renault-Nissan, a AES Eletropaulo e a Associação das Empresas de Táxi de Frota do Município de São Paulo (Adetax).
Embora esta seja a primeira vez que veículos elétricos de passageiros circulam comercialmente em solo nacional, pesquisas sobre este assunto têm sido realizadas desde 1992, quando o Laboratório de Hidrogênio da Unicamp (SP) já estudava o desenvolvimento de veículos elétricos híbridos movidos a hidrogênio.
Em 2006, a Itaipu Binacional e seus parceiros iniciaram um projeto intitulado Projeto Veículo Elétrico (VE), que visava não apenas à produção de carros elétricos, mas também o desenvolvimento de tecnologia para todos os componentes que integram o veículo, no intuito de torná-lo economicamente viável para o mercado nacional.
Funcionamento de um carro elétrico
O Nissan Leaf pode rodar até 160 quilômetros numa estrada ideal, plana e sem obstáculos. Esta autonomia, no entanto, pode variar em função do tipo de condução, do uso do ar condicionado e especialmente do ar quente.
Para ser recarregado, o carro faz uso de correntes elétricas de dois tipos: a primeira varia entre 127 e 220 volts e demora cerca de oito horas para que a recarga seja completada. Já a segunda é feita em postos especiais, com tomadas de 400 volts, que alimentam até 80% da bateria dos carros em apenas 30 minutos. Cinco destes postos especiais serão instalados pela AES Eletropaulo em concessionárias Nissan na capital paulista, durante a segunda fase do projeto.
A potência máxima alcançada pelo motor elétrico de 80 kW instalado no Nissan Leaf é de 107 cv, pouco inferior à do motor a combustão de um veículo hatch de médio porte. Mas o grande diferencial do motor elétrico é seu torque – força transmitida às rodas, que tira o carro da inércia: são 28,5 kgfm. Para se ter uma ideia, o Volkswagen Jetta 2.5, por exemplo, tem torque de 24,5 kgfm. Isso acontece porque o Leaf não possui curva de aceleração, e assim toda a potência do motor está disponível desde o instante em que o carro é ligado.
Os novos táxis fazem uso de correntes elétricas de dois tipos: uma varia entre 127 e 220 volts e a outra de 400 volts
O Nissan Leaf leva sob o assoalho 48 módulos, cada um com quatro baterias de íon-lítio que carregam seu “combustível”. Com vida útil de 100 mil quilômetros ou oito anos, estes conjuntos compõem o centro vital do automóvel. A capacidade do conjunto de baterias é de 24 kWh. Além disso, no momento da frenagem o veículo utiliza a inércia do movimento das rodas para regenerar a energia acumulada na bateria, de modo semelhante ao Kinect Energy Recovery System (KERS), sistema utilizado inicialmente na Fórmula 1. Neste momento, o motor passa a ter função de gerador. Em outras palavras, significa dizer que o calor produzido pelo carro no momento da frenagem recarrega a sua bateria.
Vantagens da propulsão elétrica
Detalhes como este sistema de freios, além de um painel solar posicionado no teto, próximo ao vidro traseiro, servem para ampliar a autonomia da bateria. O painel solar é responsável pelo fornecimento de energia para alimentar as luzes de freio, os sinais laterais e o pisca-alerta.
O conector onde se insere o cabo de alimentação do Leaf fica localizado em sua parte frontal, à frente do capô. Depois que o carro é conectado a uma fonte, a corrente elétrica passa por um inversor e transmissor de energia ligado à bateria do veículo que, por fim, a carrega.
Cinco postos de recargas rápidas sera instalado pela EAS eletropaulo
As baterias de íon-lítio são as mesmas dos telefones celulares. Elas se diferenciam apenas nas suas dimensões, e podem ser carregadas e descarregadas cerca de 100 mil vezes, além de apresentarem grande densidade energética – isto é, a capacidade de armazenamento de uma bateria em função do seu peso.
Já as baterias convencionais utilizadas nos carros movidos a combustão, usadas para dar a partida no motor, acender as luzes do carro, ligar o rádio e o ar condicionado, por outro lado, são pesadas e não permitem muitas cargas e descargas. Apesar de seu preço menor, isto as torna inviáveis para carros elétricos.
Outra vantagem da eletricidade como propulsora de veículos, é a quantidade reduzida de atritos internos no motor, característica que o torna muito mais eficiente que um a combustão. Em termos práticos, isto significa que um carro elétrico consome menos energia para alcançar a mesma performance de um motor a gasolina, diesel ou etanol.
160 km com sete reais
Além da conhecida redução no impacto ambiental e da praticamente inexistente emissão de ruídos produzidos pelo carro, o que ajuda a minimizar também a poluição sonora, outra vantagem da tecnologia elétrica veicular é o custo do abastecimento – ou seja, da recarga. Para se percorrerem 160 quilômetros, gastam-se R$ 33,70 com etanol ou R$ 39,25 com gasolina. Com a recarga de energia elétrica, este custo cai para apenas R$ 7,11. O Nissan Leaf pode rodar cerca de 60 km com a energia elétrica de custo equivalente a um litro de gasolina.
Fontes tiradas do site: Prysmian club